A maioria das mulheres não conhece os benefícios de dormir sem a peça íntima. O hábito de se vestir com roupas foi criado como marco social, mas nunca para proteção. Há anos atrás, quando não existiam as peças, o corpo humano costumava ter uma temperatura 2 graus maior do que a atual e a alimentação de plantas e algas altamente termogênicas fazia o metabolismo estar sempre ativo e manter nosso calor regulado.
Segundo a Dra Evelyn Prete, ginecologista e obstetra, a vagina tem um PH ácido, mantido pelo equilíbrio de uma flora constituída por diversos microorganismos, como bactérias e fungos, altamente sensíveis a temperatura e umidade e o uso de calcinhas altera a temperatura e umidade da vagina.
"Usar a peça pode gerar um desequilíbrio dessa flora e aumentar o risco para infecções vaginais, corrimentos e infecção de urina, além de processos alérgicos e assaduras. Sem a calcinha, a mulher mantém a região mais ventilada, com melhor controle de temperatura, favorecendo o equilíbrio da flora vaginal", explica.
A médica aconselha, ainda, aproveitar o período de isolamento social para colocar a dica em prática mesmo durante o dia. "Caso você esteja passando a maior parte do dia em casa, pode ficar sem a peça em outros momentos, além da hora de dormir. Por que não passar a manhã toda sem calcinha? Quanto mais tempo sem, mais benefícios para sua saúde íntima", conta.
Para as mulheres que não se sentem confortáveis de ficar sem roupa íntima, segundo a ginecologista e obstetra, existem tecidos menos agressivos a vagina e que podem ser usados, como por exemplo o algodão, que é um tecido permeável e que permite a troca do ar, sem aquecer demais. Além disso, o tecido é mais macio, fazendo menos atrito com a pele da vulva e provocando menos assaduras e lesões.
Sobre Evelyn Prete
Evelyn é formada em Medicina pela Universidade Cidade de São Paulo, com residência em Ginecologia e Obstetrícia pela Maternidade Jesus, José e Maria de Guarulhos, uma das maiores em volume de partos do estado de São Paulo. Passou por estágios nos hospitais Perola Byngton e Unifesp. No momento está se subespecializando em Medicina Fetal pela Unidade de Medicina Fetal da Conceptus.