17/02/2021 às 14h16min - Atualizada em 17/02/2021 às 15h00min

Exame toxicológico X Lei Seca

Exame se mostrou muito superior à lei seca nas rodovias federais

SALA DA NOTÍCIA G Treviso
Comparando os dados das Operações de Lei Seca realizadas em todo país em 2019 com os exames toxicológicos dos motoristas de ônibus e caminhão, o SOS Estradas comprovou que é mais fácil flagrar usuários de drogas do que de álcool. Em 2019, apenas 92 motoristas de ônibus, micro-ônibus ou vans (Categoria D na CNH), foram flagrados pela Polícia Rodoviária Federal dirigindo sob efeito de álcool, segundo dados do Denatran. Já os exames toxicológicos de larga janela, obrigatórios na admissão e renovação da CNH desses motoristas, identificou 23.753 usuários de drogas, sendo 68% para cocaína. São 258 vezes mais casos positivos.

Em todo o país, apenas 296 motoristas da categoria D foram flagrados sob o efeito de álcool em todas as operações de Lei Seca, tanto em áreas urbanas como rodoviárias. Esse número representa menos de 1 pessoa por dia no Brasil todo. Nos caminhões a situação não é tão diferente. Enquanto a PRF identificou 1.515 caminhoneiros (Categorias C e E) dirigindo sob o efeito de álcool, os resultados dos exames toxicológicos de cabelo resultaram positivo para 15.820 pessoas, número dez vezes maior. Novamente, a cocaína está presente em mais de 70% dos casos.

Atualmente, a expectativa é que o governo passe a utilizar o drogômetro, porém, assim como o etilômetro, o aparelho identifica somente o uso eventual, e não o uso regular, além do custar dez vezes mais do que o teste do popular “bafômetro”.

Na avaliação do coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, o drogômetro terá um resultado inexpressivo, apesar de custar muito para o Estado. “Basta analisar os dados das Operações Lei Seca nas rodovias. Foram flagrados 92 motoristas de ônibus sob efeito de álcool. É uma média de 1 a cada 4 dias em 70.000km de rodovias federais. O drogômetro não vai apontar mais do que isso, afinal, o álcool é mais fácil de encontrar do que drogas. Na nossa avaliação, o drogômetro será importante no pós acidente com vítimas ou quando o policial perceber que o condutor está totalmente alterado e não necessariamente sob o efeito de álcool”, aponta Rizzotto.

Rodolfo Rizzotto lembra ainda que, segundo o Denatran, foram flagrados em 2019, em todas as Operações de Lei Seca no Brasil, em áreas urbanas e rodoviárias, incluindo todos os tipos de condutores, apenas 130.249 motoristas alcoolizados. Isto significa 356 por dia, média de 13 por unidade da federação. “Em qualquer estado brasileiro você tem mais do que 13 motoristas por dia dirigindo alcoolizados. Na porta de um bar você encontra mais do que isso”, observa Rizzotto.
 
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