30/03/2022 às 18h31min - Atualizada em 30/03/2022 às 18h31min

Formanda do Colégio Aprov de Catalão (GO), Mariana Milena Prado de Sá, descobre asteroide para a NASA

Jessica Fonseca da Silva
Redação Help

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Redação Help
Mariana Milena Prado de Sá (18 anos) se formou no Colégio Aprov - Catalão (GO) em 2021, desde seus tempos no Ensino Médio, ela se mostrou muito interessada nas matérias de Ciência e em Astronomia. Com nota 940 na redação do ENEM, Mariana entrou na faculdade de Engenharia Mecatrônica na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), mas essa é apenas uma das grandes conquistas da amante de astronomia. Recentemente, Mariana encontrou — com a ajuda de um software chamado Astrometrica — um asteroide através de análises de imagens de um telescópio no Havaí. A caçada de asteroides faz parte do Projeto International Astronomical Search Collaboration (IASC): um programa de ciência cidadã gratuito que visa fornecer dados astronômicos de alta qualidade para cientistas cidadãos de todo o mundo. A, agora, estudante de Engenharia Mecatrônica conheceu o programa através de um grupo interessado por astronomia — o qual pode ser encontrado no Instagram (@inspace_group) — e encontrou o asteroide em, mais ou menos, 2 semanas, após sua inscrição no programa. Para saber mais sobre essa descoberta e entender sobre os planos futuros de Mariana, fizemos uma entrevista exclusiva. Confira a seguir:

Primeiramente, como você está? Qual o sentimento predominante com essa conquista? Mariana: Estou muito feliz em poder contribuir com a ciência dessa forma! Foi um processo tranquilo, na verdade. Era uma das minhas metas para esse ano e deu certo bem mais rápido do que eu imaginei.


Conte-nos um pouco sobre sua trajetória até o exato momento.
Mariana: A minha mãe é professora de biologia, desde sempre ela me incentivou nas ciências. Eu sempre gostei muito de ciência por causa dela. As aulas de astronomia, quando a gente abria o livro e tinha todos os planetas… Era a aula que eu mais gostava. Eu sempre gostei de astronomia, mas eu precisava de um empurrão para divulgar meu trabalho. Esse empurrão foi o Astrominas, curso da USP, que foi um curso que fiz durante a pandemia. E quando eu via aquela aula, eu ficava super feliz, como criança quando ganha doce. E conforme eu fui pesquisando mais sobre isso, as oportunidades foram surgindo, então eu fui participar de grupos de ciência, de projetos, e dar palestras. E foi quando eu conheci o grupo In Space. E eles participavam dessas caçadas aos asteroides. E quando eu vi o quanto de pessoas participavam, eu quis participar também. E eu me inscrevi ano passado, mas só consegui entrar na campanha esse ano, 28 de fevereiro. E, mais ou menos, duas semanas depois eu já tinha o primeiro asteroide confirmado.

Quais as dificuldades enfrentadas durante esse processo?
Mariana: Eu sempre tive apoio, principalmente, da minha família. E sobre dificuldades, deixa eu pensar… A dificuldade de caçar asteroides é que você precisa analisar cada pixel da imagem e não são imagens muito nítidas.

Quando descobriu que gostaria de trabalhar nessa área?Como surgiu o interesse pelos universos e as galáxias?
Mariana: Para entrar na astronomia, foi o curso Astrominas, da USP. E na tecnologia foi o Steve Jobs. Também tive inspiração de cientistas femininas, como Ada Lovelace, Marie Curie e a astrofísica brasileira Beatriz Barbuy. Eu conheci ela no curso Astrominas através de um vídeo. Desde então, por causa do curso, eu entrei nessa causa do feminismo dentro da ciência. Ciência é lugar de mulher também! Mais cedo você comentou sobre a história do telescópio.

Poderia comentar de novo sobre? Nos contar quem te deu o telescópio?
Mariana: Eu queria fazer um telescópio de PVC, eu vi um vídeo na internet e queria fazer. Eu tenho um tio que tem uma oficina e ele é um engenheiro nato, ele tem experiência em construir coisas, então chamei ele para me ajudar. Nós marcamos o dia para fazer e no dia dele me ajudar, ele me deu o telescópio dele de presente.

Mariana nos informou que deu nome ao seu telescópio, já que ele é tão especial para ela. E adivinhem só? O nome dele é Alfred! E a inspiração? O Batman!

Então, com o que foi contado, identificamos que você teve muito apoio de sua família. Além desse apoio, quem mais esteve com você durante essa jornada? Mariana: Sim, sempre fui apoiada pela família. Além desses, teve o tio Leider Silva, meu professor. Ele sempre esteve disponível para tirar minhas dúvidas sobre a vida, universo e ciências em geral. E ele também me ajudou muito em uma competição da NASA que eu participei. NASA SPACE APPS CHALLENGE. Infelizmente, não passamos para a segunda fase, mas foi uma experiência maravilhosa.

Quais seus planos para o futuro?
Mariana: Então… Eu vou começar Engenharia Mecatrônica na UFU, em Maio. Eu sempre fui apaixonada por tecnologia desde criança, inclusive, foi uma paixão que veio antes da paixão pela astronomia. E eu pensei, então, em juntar as duas. Utilizar a tecnologia para aproximar os humanos das estrelas e da ciência. Eu quero fazer Engenharia Mecatrônica com intenção de trabalhar no setor aeroespacial.

Há algum conselho que gostaria de deixar para jovens cientistas?
Mariana: Procurem outros jovens cientistas, interessados como você. Procurem projetos de ciência cidadã, que mesmo sem estar na faculdade, ainda estando na escola, você consegue contribuir com ciência, com cientistas de verdade. Divulguem ciência! Hoje em dia temos as redes sociais, que é super fácil, a gente expor nossos pensamentos. O mundo atual precisa que as informações científicas alcancem mais pessoas e jovens possuem mais facilidade em trazer essas informações para outros jovens.

Mariana também participa de programas para classificar galáxias e identificar cometas. Nas últimas semanas foram 114 imagens de cometas analisadas e, em torno de 61 galáxias classificadas. Além disso, ela possui conta no Instagram (@marimilenastudies) onde produz conteúdo voltado para o estudo das ciências e da astronomia. O asteroide encontrado pela estudante possui um nome provisório, sendo identificado pelas iniciais do nome de Mariana: MMS003. Futuramente, ela vai poder nomeá-lo como quiser e A jovem cientista está pensando em dar o nome de sua mãe, em homenagem a pessoa que sempre a inspirou e influenciou em sua paixão pela ciência. Mariana Milena Prado de Sá é um exemplo de dedicação. O Colégio Aprov está orgulhoso de sua conquista e parabeniza a aluna por seus esforços, torcendo para que seu futuro seja ainda mais brilhante.

E, assim como Mariana, o Colégio Aprov também espera que mais cientistas divulguem e produzam ciência. 

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