14/08/2023 às 12h36min - Atualizada em 14/08/2023 às 12h36min

OAB-GO vai criar grupo de trabalho para acompanhar crimes contra advogados

Anúncio foi feito pelo presidente Rafael Lara.

Gabrielle Andrade
A Redação

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A Redação
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) vai criar nesta semana um grupo de trabalho para acompanhar crimes violentes contra advogados. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (14/8) pelo presidente da seccional, Rafael Lara Martins, após dois ataques com arma de fogo contra advogados no último sábado (12/8). Os crimes foram registrados em Goiânia e Alexânia.
 
“Os ataques à advocacia estão aumentando vertiginosamente. Agressões físicas, verbais e até casos extremos como este em Alexânia em que o advogado veio a óbito. Essa semana a OAB-GO vai criar um grupo de trabalho composto por conselheiros, presidentes de subseções e demais advogados criminalistas para acompanhar, de muito perto, os inquéritos e os processos penais de todos aqueles que se envolverem em agressões e violência envolvendo a advocacia”, disse Lara.

 
Em Alexânia, o advogado Charlesman da Costa Silvano foi morto a tiros pelo próprio cliente, Gilberto Gomes de Oliveira, que tinha diversas passagens por tráfico. Em Goiânia, o advogado Marcos Cassimiro Fernandes foi baleado por dois suspeitos e está internado em estado grave no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Todos os envolvidos em ambos os crimes foram identificados e presos em poucas horas. Os casos não têm ligação. 
 
O presidente da OAB-GO destacou que a Ordem acompanhou ambos os casos “diligentemente” desde o princípio. Durante entrevista, Lara elogiou a ação “rápida, efetiva, exemplar e eficaz” das forças policiais. “A Ordem dos Advogados do Brasil está presente em todos os momentos para acompanhar não apenas na diligência inicial. Ela vai acompanhar tanto o inquérito quanto a eventual ação penal”, completou Lara.
 
Com os crimes, o tema sobre o porte de armas para advogados voltou à tona. “A OAB-GO, em seu conselho seccional, já opinou que a advocacia é uma atividade de risco e encaminhou para a pauta do conselho federal”, citou o presidente. 
 
O crime em Alexânia
O advogado Charlesman da Costa Silvano, de 37 anos, assessor jurídico da prefeitura de Alexânia foi assassinado a tiros. Ele era primo de Allysson Silva Lima, prefeito da cidade. Conforme a Polícia Civil, Silvano teria sido atraído para uma emboscada por um cliente. Durante as buscas pelos suspeitos, três pessoas foram baleadas pela polícia e uma delas morreu. O suposto mandante foi preso. 
 
Segundo a delegada de Alexânia, Silzane Bicalho, foi possível identificar a autoria do crime através do próprio celular da vítima, em que Charlesman trocava mensagens com Gilberto marcando o encontro. A polícia então foi até a casa de Gilberto, encontrando lá sua esposa, que teria relatado aos policiais onde o marido estava e o que teria motivado o crime.
 
“Tinha tido uma sentença condenatória uma semana antes em que o advogado era Charlesman”, relata Bicalho, o que poderia indicar uma motivação ligada a um caso de vingança. Além disso, na delegacia, a esposa do autor relatou que ele era extremamente ciumento e que na noite anterior eles tiveram uma discussão e ela teria contado que em 2019 ela teria se relacionado com o advogado Charlesman, quando Gilberto cumpria pena por tráfico de drogas. O autor, então, teria “ficado transtornado e teria usado cocaína a noite toda”, conforme contou a delegada, o que poderia categorizar o caso como crime passional.
 
Durante a abordagem, ainda segundo a delegada, o criminoso estava "alterado" e negou o crime. Ele teria se recusado a ser algemado, momento em que foi alvejado na perna para ser contido, de acordo com a polícia. “A todo o tempo ele negava o crime e estava sob efeito de drogas”, contou a delegada. Com ele não foi encontrada a arma usada para matar a vítima. Após entrevista, o autor dos disparos teria indicado que a arma estava com um comparsa, em outra residência.
 
Ainda segundo Bicalho, ao chegar no local, os policiais foram recebidos a tiros. O confronto resultou na morte de três membros de uma organização criminosa. Três armas de fogo foram apreendidas. A delegada também salienta que a vítima não imaginava o que ia acontecer. “Pelas trocas de mensagens é possível ver que havia uma relação amigável entre os dois", acrescentou a delegada ao citar que entre as conversas tinha, inclusive, assuntos relacionados a futebol.
 
O crime em Goiânia
Já no caso de Goiânia, os criminosos se aproximaram do carro da vítima, o advogado Marcos Cassimiro Fernandes, em outro carro, abaixaram o vidro e efetuaram os disparos. Depois, um atirador desceu do carro e efetuou mais disparos. No momento do crime, um menino pequeno desembarcava do carro da vítima.

O coronel Allan Cardoso, da Polícia Militar, relata que a vítima, além de advogado, também é policial militar da reserva, e que foi possível chegar aos autores por meio das imagens de câmeras de segurança no local do atentado. “A polícia militar localizou primeiro o condutor do veículo, que nos apontou onde estaria o autor dos disparos. Ele foi preso e informou que a arma estaria na casa do seu padrasto", contou o militar ao citar que o revólver foi apreendido.
 
Segundo o coronel, a motivação do crime ainda é investigada. “Não temos como afirmar. Aparentemente trata-se de uma questão de dívida, que não teria relação com o exercício da profissão, mas isso só pode ser afirmado após a conclusão do inquérito”, completou. A vítima segue internada em estado grave no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia. 

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